Que cuidados a ter ao viajar?

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A perspetiva de viajar com doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn ou Colite Ulcerosa) pode parecer um objetivo impossível de alcançar, mas com a preparação adequada é perfeitamente possível conhecer tudo o que o mundo tem para oferecer. espaço.png

Quando se pensa em viagens, existem sobretudo dois problemas que devem ser antecipados e cujo risco diminui consideravelmente se o planeamento for adequado: ter uma reativação da doença inflamatória ou contrair uma infeção, mais comum em países em desenvolvimento (que pode ser mais grave em doentes imunodeprimidos). O planeamento a adotar deve ser adequado ao destino da viagem – uma viagem a França acarreta consideravelmente menos riscos do que uma viagem ao Sudeste Asiático, por exemplo. espaço.png

Viajar quando a doença se encontra numa fase estável é mais seguro e é aconselhável ter um seguro de viagem (que inclua a doença inflamatória). Associadamente, deve-se fazer acompanhar de uma declaração do seu médico que ateste a sua doença (sobretudo se estiver medicado para o efeito). Em caso de viagens de autocarro, certifique-se que o mesmo tem casa de banho. Se viajar de avião, considere obter um lugar junto ao corredor. espaço.png

Tenha em conta as suas necessidades de acomodação, nomeadamente se a casa de banho é partilhada ou se está perto do seu quarto. Igualmente, se a sua medicação necessitar de refrigeração, escolha uma acomodação com frigorífico. espaço.png

Se os seus sintomas como a dor abdominal ou diarreia se agravarem com o stress, considere viagens com o mínimo de stress possível, por exemplo com itinerários planeados e/ou com guias. Viagens com guias têm a vantagem adicional de poder obter ajuda médica mais facilmente, em caso de necessidade. espaço.png

Relativamente à sua medicação habitual para a doença inflamatória, é essencial planear atempadamente. Considere obter uma declaração do seu médico que refira o seu nome, medicação habitual e doses, de forma a poder apresentar nos controlos aeroportuários/alfandegários. Leve consigo medicação suficiente para toda a viagem e se possível extra, em caso de atrasos. Se a sua medicação necessitar de refrigeração, obtenha um recipiente portátil para o efeito. Mantenha a sua medicação na bagagem de mão (caso a sua bagagem de porão seja perdida), nas embalagens originais (facilita identificação pelas autoridades de segurança). Em caso de medicação injetável, se viajar de avião, verifique atempadamente com a companhia aérea que pode transportar a medicação na cabine (tendo em conta que tem agulhas). espaço.png

Quando viajar, deve ter alguns cuidados alimentares, sobretudo se viajar para países em desenvolvimento, de forma a evitar infeções gastrointestinais. De forma geral, comidas picantes e/ou do estrangeiro não pioram a sua doença inflamatória intestinal mas deve ter particular atenção às condições sanitárias, sobretudo se estiver medicado com medicação que “reduza as suas defesas” (imunossupressores). Beba apenas água engarrafada (ou fervida) e utilize apenas esta água para lavar os dentes e alimentos. Evite bebidas com gelo ou gelados, a não ser que consiga verificar a proveniência dos mesmos (água engarrafada/tratada). Evite sumos de fruta natural. Descasque a fruta/vegetais e evite comer comidas cruas (saladas ou vegetais crus), comida reaquecida ou maionese caseira. espaço.png

Se mesmo assim tiver um episódio de “diarreia do viajante” (diarreia, náuseas, vómitos, febre), deve ter alguns cuidados de forma a evitar complicações. A hidratação oral é fundamental, sobretudo se estiver num clima quente, de forma a evitar a desidratação. Deve ser feita com água (fervida/engarrafada) ou soluções de hidratação oral. Por outro lado, o seu “kit” de viagem deve incluir um antibiótico para estas ocasiões, como a ciprofloxacina ou azitromicina. Em caso de dor abdominal forte, febre que não passa, intolerância alimentar completa (não conseguir comer), deve procurar ajuda médica. espaço.png

A consulta do viajante é uma ferramenta vital para planear a sua viagem em segurança, que deve ser agendada com pelo menos 8 semanas de antecedência (para poder ser vacinado, se necessário). Para além de ser aconselhado sobre que vacinas são necessárias, ser-lhe-á prescrito um “kit” de farmácia de viagem, com as medicações que mais lhe podem ser úteis neste contexto. Existem 43 centros de Consulta/Vacinação internacional, espalhados por Portugal continental e regiões autónomas, podendo marcar consulta diretamente, sem necessidade de referenciação por outro médico. As vacinas aconselháveis e obrigatórias variam de destino para destino e de acordo com a medicação que estiver a fazer, pelo que deve ser aconselhado no contexto da consulta do Viajante. A vacinação com vacinas “vivas atenuadas” está contraindicada se estiver sob imunossupressão. Contacte o seu médico assistente se esta vacina for necessária para o seu destino de viagem. Não suspenda a sua medicação sem aconselhamento médico. espaço.png

O risco de malária e a necessidade de medicamentos preventivos varia também de acordo com o país de destino e com as áreas que frequente, pelo que deve obter aconselhamento na consulta do viajante. Medidas que previnam picadas de mosquito, como a utilização de repelente, utilização de roupas largas que cubram a pele e redes mosquiteiras nas camas devem sempre ser adotadas, em países que seja justificado. espaço.png

Sempre que tiver alguma dúvida sobre cuidados a ter ou necessitar de aconselhamento relativamente à sua doença, deve procurar o seu médico assistente.

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Alguns recursos úteis: espaço mínimo.png

SNS 24 - Consulta do Viajante sns 24.png

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Autoria espaço mínimo.png Young GEDII: Paula Sousa, Joana Roseira, Maria Manuela Estevinho, Sónia Bernardo espaço mínimo.png Ana Catarina Carvalho (Centro Hospitalar Tondela-Viseu), Sofia Ventura (Centro Hospitalar Tondela-Viseu), Francisco Pires (Centro Hospitalar Tondela-Viseu), Cláudio Rodrigues (Centro Hospitalar Tondela-Viseu), João Correia (Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho), Edgar Afecto (Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho), Juliana Serrazina (Hospital Santa Maria – Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte), João António Cunha Neves (Centro Hospitalar Universitário do Algarve), Viviana Alexandra Sequeira Martins (Centro Hospitalar Universitário do Algarve)

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Para mais informações, aceda às páginas das associações portuguesa e europeia dos portadores de Doença Inflamatória Intestinal:

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