Esta questão é uma das que, seguramente, ganha prioridade para uma pessoa confrontada com um diagnóstico de Doença Inflamatória Intestinal (DII). Onde posso e como devo ser seguido para minimizar ou mesmo anular os efeitos futuros da doença crónica com que me confronto?

Uma abordagem moderna da DII deve basear-se em centros de referência, dispondo de equipas multidisciplinares englobando gastrenterologistas, cirurgiões e outros profissionais de saúde e deve considerar o doente nas suas múltiplas vertentes, dando também atenção, entre outros, a aspetos nutricionais e psicológicos. As equipas multidisciplinares são fundamentais para assegurar que em cada momento é seguida a melhor estratégia, com a melhor relação entre eficácia e segurança. A existência destas equipas, com elementos coordenados entre si, assegura que a complementaridade entre tratamento médico e cirúrgico fica assegurada e que a observação em áreas complementares, desde diferentes especialidades médicas a avaliação psicológica e nutricional, não conduz a orientações contraditórias com agravamento da insegurança que o diagnóstico de uma patologia crónica sempre acarreta.

Enquanto esses centros de referência não são oficialmente legislados, o doente com DII deve procurar seguimento em instituições hospitalares que lhe assegurem, pelo menos, os seguintes pressupostos:

a. Gastrenterologistas dedicados à DII, com experiência no tratamento imunomodulador.

b. Unidade de endoscopia que permita a execução dos procedimentos endoscópicos necessários para um correto seguimento.

c. Cirurgiões, e preferencialmente também imagiologistas, com experiência em patologia colo-rectal.

d. Serviço de urgência com, pelo menos, cobertura total de gastrenterologia e cirurgia, para eventualidades não passíveis de programação.

e. Organização interna, com consultas ou reuniões multidisciplinares, onde os casos mais complexos possam ser avaliados.

f. Outras especialidades médicas, nomeadamente infeciologia, reumatologia, oftalmologia e dermatologia.

g. Acesso a hospital de dia, preferencialmente com enfermeiros(as) com experiência em DII, bem como possibilidades de apoio por nutricionistas e psicólogos.

Para além destes pressupostos estruturantes existem ainda condições que poderão ser valorizadas como, por exemplo, a existência de ensaios clínicos que permitam acesso precoce a fármacos inovadores ainda não disponíveis de outro modo.

Autoria Comissão de Educação: Francisco Portela, Bruno Arroja, Lídia Ramos, Ricardo Veloso

Para mais informações, aceda às páginas das associações portuguesa e europeia dos portadores de Doença Inflamatória Intestinal: