• O Mirikizumab (MK) é um anticorpo monoclonal dirigido à subunidade p19 da interleucina 23.
• Esta publicação descreve um estudo de fase 2 para avaliar a eficácia e a segurança do fármaco em doentes com Doença de Crohn (DC) moderada a grave. O endpoint primário foi a avaliação da superioridade do MK vs placebo na indução da resposta endoscópica (redução de 50% do SES-CD) à 12ª semana. Múltiplos endpoints secundários foram avaliados, incluindo remissão endoscópica (SES-CD <4 ou <2 na doença ileal e nenhum subscore >1) à 12ª e 52ª semana.
• 191 doentes foram incluídos (2/3 dos doentes já tratados com biológicos) e randomizados (2:1:1:2) para receberem placebo (PBO) ou diferentes doses de MK endovenoso (EV) a cada 4 semanas, durante 12 semanas (indução). Os doentes que receberam MK e que responderam com redução de ≥ 1 ponto no SES-CD à 12ª semana foram re-randomizados para receberem a mesma dose de MK EV + PBO subcutâneo (SC) ou PBO EV + 300mg MK SC, a cada 4 semanas, até à semana 52. Os doentes tratados com MK na indução, mas não respondedores (NI), e os doentes tratados com PBO na indução, foram também incluídos na fase de manutenção, recebendo 1000mg de MK EV a partir da 12ª semana.
• À 12ª semana o endpoint primário foi atingido em 25.8% dos doentes tratados com MK 200mg (p=0.079), 37.5% dos medicados com MK 600mg (p=0.003) e 43.8% sob MK 1000mg (p< 0.001). Contudo, foi apenas atingido em 10.9% dos doentes sob PBO. Globalmente, o MK também foi significativamente superior vs PBO para os endpoints secundários. À 52ª semana, 19.5% e 32.6% dos doentes sob MK EV e MK SC, respetivamente, atingiram remissão endoscópica. O MK EV não parece assim ter vantagens sob o MK SC. A frequência de efeitos adversos foi semelhante nos grupos de doentes tratados com MK Vs PBO.
• A principal limitação do estudo é o reduzido número de doentes em cada grupo na fase de manutenção e a ausência de grupo sob PBO durante a manutenção.