• O Vedolizumab Immunomodulator Enforced Withdrawal Study foi um estudo randomizado, multicêntrico, cego, com o objetivo de avaliar a suspensão de tiopurinas em doentes com colite ulcerosa sob terapêutica combinada com vedolizumab (VEDO), em remissão clínica (score Mayo parcial ≤ 2 e score Mayo endoscópico ≤ 1).
• Foi realizada a comparação às 48 semanas entre o grupo que suspendeu as tiopurinas e o grupo que manteve, tendo sido definido como outcome primário a concentração sérica de VEDO e vários outcomes secundários, nomeadamente a manutenção de remissão clínica, a remissão bioquímica, a remissão endoscópica, a remissão histológica e histo-endoscópica, entre outros.
• Foram incluídos 62 doentes (20 continuaram tiopurinas e 42 suspenderam) com colite ulcerosa em remissão clínica ≥ 6 meses. Não houve diferenças nos níveis séricos de VEDO às 48 semanas, entre os doentes que mantiveram (14,7 mg/mL) e os que suspenderam (15,9 mg/mL) as tiopurinas (p=0,36). Também não houve diferenças na remissão clínica (p=0,27) e remissão endoscópica (p=0,05). No entanto, o grupo que manteve as tiopurinas apresentou maior remissão da calprotectina fecal (p=0,03), remissão histológica (p=0,02) e histo-endoscópica (p=0,002). Na análise multivariada, a atividade histológica associou-se a recidiva clínica às 48 semanas (adjusted HR 7,6; p=0,02). Nos doentes que suspenderam as tiopurinas, além da atividade histológica, também a exposição prévia a anti-TNF se associou a recidiva clínica (adjusted HR 6,5; p=0,03).
• O estudo sugere que a terapêutica combinada com VEDO poderá trazer benefício em termos de objetivos mais rigorosos como a cicatrização histológica, independentemente da farmacocinética do Vedolizumab. No entanto, é necessário ressalvar que isto se baseia nos outcomes secundários e o outcome primário não foi atingido. Além disso, também realça a importância da avaliação histológica antes da suspensão das tiopurinas nestes doentes e que esta deve ser bem ponderada nos doentes previamente medicados com anti-TNF.