O aumento da incidência e prevalência da Doença Inflamatória Intestinal (DII), em conjunto com as recomendações para vigilância regular dos doentes, inevitavelmente levará a um aumento do número de visitas e uso de meios complementares de diagnóstico e terapêuticas. Neste estudo, os autores discutem potenciais áreas de intervenção para tornar os cuidados da DII mais ambientalmente sustentáveis.
A nível organizacional, os autores sugerem desde logo desenhar a unidade de DII com a sustentabilidade como foco, usando materiais eco-friendly, aparelhos energéticos eficientes e estratégias de gestão dos resíduos. Além disso, a descentralização dos cuidados de primeira linha e o uso da telemedicina podem diminuir as emissões associadas com as viagens dos doentes.
Relativamente a procedimentos diagnósticos, são possíveis estratégias a documentação digital, a utilização de critérios e timing adequados para a realização de testes laboratoriais, a priorização de ecografia intestinal relativamente a TC ou RMN quando possível, a redução de endoscopias desnecessárias utilizando monitorização não invasiva, e a redução de amostragem histológica utilizando endoscopia de alta-definição e cromoendoscopia.
No que concerne aos tratamentos, é também de considerar o uso de terapêuticas com menor impacto ecológico na produção e administração, como biossimilares e terapêuticas orais, a manutenção de doses standard sempre que possível, e a descontinuação de fármacos não eficazes.
Globalmente, os clínicos devem assim considerar a sustentabilidade ambiental nas suas escolhas para o doente, em cada passo da gestão da DII, de forma a garantir cuidados de DII mais sustentáveis.