A formulação subcutânea do Infliximab foi desenvolvida tendo como um dos objetivos expandir as escolhas dos doentes e melhorar a conveniência desta terapêutica na fase de manutenção. Contudo, persistem dúvidas sobre o seu perfil de eficácia e segurança.
Os autores pretenderam demonstrar superioridade deste fármaco versus placebo na terapêutica de manutenção em doentes com Doença de Crohn (CD) ou Colite Ulcerosa (UC).
O estudo LIBERTY (dois ensaios randomizados duplamente cego) publicado por Hanauer et al incluiu 396 doentes com CD e 548 doentes com UC que receberam terapêutica de indução com Infliximab endovenoso (semanas 0, 2 e 6). Na semana 10, os doentes com resposta clínica eram randomizados em para Infliximab subcutâneo ou placebo, cumprindo a respetiva terapêutica a cada duas semanas até à semana 54.
Os endpoints primários incluíram a remissão clínica e endoscópica para a CD e a remissão clínica para a UC na semana 54.
O Infliximab subcutâneo, comparativamente com o placebo, resultou em remissão clínica estatisticamente significativa em doentes com CD (62,3 vs. 32,1; p<0,0001) e UC (43,2% vs. 20,8%; p<0,0001), sendo também de destacar resposta endoscópica no grupo com CD (51,1% vs. 17,9%; p<0,0001). Este fármaco foi globalmente bem tolerado, sem novos efeitos adversos identificados.
Este estudo reforçou o papel do Infliximab subcutâneo como arma terapêutica na fase de manutenção da CD e UC, aumentando a conveniência de administração na perspetiva do doente e oferecendo resultados robustos relativamente à eficácia e segurança do mesmo.