O guselkumab é um antagonista da subunidade p19 da interleucina 23. O estudo de fase 2b QUASAR avaliou a eficácia e a segurança do guselkumab como tratamento de indução em doentes com colite ulcerosa (CU) moderada-a-grave com resposta prévia inadequada e/ou intolerância a corticosteróides, imunossupressores e/ou terapêuticas avançadas.
Desenvolveu-se um ensaio com dupla ocultação, controlado com placebo, no qual os doentes foram aleatorizados (1:1:1) para receber: i) guselkumab 200 mg por via endovenosa, ii) guselkumab 400 mg; ou iii) placebo nas semanas 0, 4 e 8. O endpoint primário foi o atingimento de resposta clínica (diminuição ≥30% e ≥2 pontos na escala de Mayo modificada, com redução de pelo menos um ponto ou pontuação 0-1 na subescala referente à presença de retorragia) após 12 semanas. Os indivíduos que não responderam ao guselkumab e ao placebo à semana 12 semana receberam 200 mg de guselkumab subcutâneo ou intravenoso, respetivamente, nas semanas 12/16/20 (fase não controlada do estudo).
Na análise primária incluíram-se 313 doentes com pontuação entre 5 e 9 pontos na escala de Mayo modificada; 70% pontuava 3 na subescala endoscópica da Mayo. Destes, 101 receberam 200 mg de guselkumab, 107 foram medicados com 400 mg, e 105 receberam placebo. A percentagem de resposta clínica na semana 12 foi superior nos doentes medicados com guselkumab 200 mg (61,4%) e 400 mg (60,7%) do que nos sob placebo (27,6%; p<0.001 para ambos). De forma análoga, os resultados clínicos secundários (remissão clínica, remissão sintomática, melhoria endoscópica, melhoria histo-endoscópica e normalização endoscópica) foram também mais frequentes nos doentes sob guselkumab. O atingimento dos endpoints foi semelhante para as duas doses (200 e 400 mg), não sendo evidente relação dose-resposta. Relativamente aos doentes que não obtiveram resposta clínica às 12 semanas (e que integraram o período não controlado do estudo), mais de metade obtiveram resposta à semana 24. O guselkumab foi bem tolerado, demonstrando um perfil de segurança semelhante ao do placebo.
O Guselkumab por via endovenosa foi eficaz na indução de remissão em doentes com CU com atividade moderada-a-grave, tendo a eficácia sido semelhante para as duas doses. A administração de guselkumab subcutâneo teve benefício adicional nos doentes não-respondedores à semana 12. De salientar, ainda a segurança deste fármaco. Estes resultados sugerem que o guselkumab é uma terapêutica promissora na CU.